Título: Espíritos de
Gelo
Autor: Raphael
Draccon
Editora: Leya
Número de páginas: 176
Ano: 2011
Olá queridos leitores, depois de 2 meses de “Hiato”, sem
escrever nenhuma resenha, finalmente voltei.
O escritor Raphael
Draccon sempre arranja um jeito de prender seus leitores em suas tramas, em
Espíritos de Gelo isso não é diferente!
Um homem acorda acorrentado com os braços para cima em uma
sala escura, com dois torturadores vestidos com detalhes masoquistas ao lado e
um interrogador baixinho, vestido com roupas sociais e uma camisa surrada do Black Sabbath. Eles o informam que ele
acordou em uma banheira sem um rim e sofreu um choque amnésico, que o impede de
lembrar os detalhes. Assim sendo, eles partem do princípio de que outros
choques traumáticos podem desbloquear essas memórias, se necessários. E se
iniciam as piores partes. O livro faz referências à lenda urbana da banheira de
gelo, às lendas ao redor da história do rock’n
roll e até às motivações e psicologia ao redor da criação de lendas
urbanas.
Espíritos de Gelo é um livro pequeno com 176
paginas, escrito por Raphael Draccon e narrado em primeira pessoa, nas
primeiras paginas o leitor e dominado pela trama cheia de flashes do passado do personagem, que precisa resgatar memórias que
ele mesmo faz questão de esquecer, para isso ele é torturado por um
interrogador baixinho com quem mantém um diálogo frenético.
O que o leitor não pode fazer na leitura desse livro é
perder o foco, pois ha uma trama que se instiga a continuar a ler e descobrir o
que realmente esta acontecendo, para o protagonista estar em tal situação
extrema. Infelizmente não tem aquele suspense de arrepiar e de deixar com medo
ou supresso. Entretanto Draccon não poupa palavras ao descrever cenas
extremamente torturantes (que
me lembrou torturas da época da ditadura militar), e apimentar certas lembranças do personagem com cenas
eróticas com varias mulheres. Muitas
vezes o livro é muito repetitivo, falando somente de sexo, sexo e sexo, mas que
o ato sexual tem um principio e uma virtude, um estilo de vida (não sei
explicar direito, melhor você ler o livro para entendê-lo); talvez por isso o
final possa ser bastante complexo para alguns leitores, ou ate mesmo alguns
leitores possam achar que o livro se resume a sexo.
O autor mostra que sabe fazer seu trabalho direito,
escrevendo super bem, com uma redimia estilística, que mesclam efeitos como
sons aos trechos do livro e um vocabulário bem coloquial e a trama é cheia
daqueles cortes estratégicos que te fazem querer ler o próximo capítulo.
Os pontos negativos ficam pelo excesso de referencia pop,
o que quebra bastante o clima de suspense da trama, deixando algumas partes
apelativas e clichê. Outra coisa que pode decepcionar e acabar com a
expectativa do leitor é justamente o fato de o livro vender algo que ele não é;
tipo um conto de terror eletrizante,
cheio de referências a lendas urbanas,
e tudo o mais que esta contida na sinopse do livro.
Ponto positivo seria o fato de Draccon querer inovar sua
trama e não nomear o protagonista, criando um personagem característico e
simbólico que simplesmente deseja sair de uma situação problemática e tortuosa
para viver uma vida cheia de prazer e essência do sexo. Sem falar que Draccon
continua escrevendo com seu jeito próprio e especial, nos induzindo em uma
história cheia de fleshbacks que nos
deixa curioso pelo final, mesclando passado e presente de maneira contínua,
revelando ao seu leitor a figura da real personalidade de seu protagonista e
também suas experiências de vida.
Então é isso um livro de leitura super rápida e prazerosa,
que é capaz de dividir o leitor, ou gosta, ou, não gosta e ponto final. Falando
em final, o livro apresenta um final legal com uma pegada meio Neil Gaiman, autor que Raphel Draccon
admira muito.
Estou ansioso para ler seu novo trabalho, Fios de Prata.
Erick França
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