Título: Dragões
de Éter: Vol. 1
Subtítulo: Caçadores
de Bruxas
Autor: Raphael
Draccon
Páginas: 440
Editora: Leya
Ano: 2010
Antes de dar início a resenha, vamos fazer uma viagem?
E um.
E dois.
E três...
Aposto que muitos leitores têm preconceitos com livros
nacionais, assim como eu tinha preconceito, mas vejo que Dragões
de Éter podem ser comparados aos livros estrangeiros, isso mostra que um
brasileiro pode sim fazer uma história de fantasia como qualquer outro escritor
lá fora.
Bem, a verdade é que eu já havia ouvindo fala da Trilogia
Dragões de Éter, mas para meus planos eu ira começar a ler só em 2013 Contudo, ocorreram
várias mudanças na minha lista, então decidi logo começar a ler. E foi ai que
fui pego de surpresa! Pois o que li foi contos de fadas modificados. Raphael
Draccon brinca com os contos de fadas, mas de uma forma seria, escrevendo com
uma sutileza incrivelmente original, deixando você com vontade de devorar a
história presente no livro.
Nova Ether é um mundo protegido por
poderosos avatares em forma de
fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas
delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. Essa
influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro,
reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e
violenta Caçada de Bruxas. Primo
Branford é hoje o Rei de Arzallum, e
por 20 anos, saboreia satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas
estranhas começam a acontecer... Uma menina vê a própria avó ser devorada por
um lobo marcado com magia negra. Dois irmãos comem estilhaços de vidro como se
fossem passas silvestres e bebem água barrenta como se fosse suco, envolvidos
pela magia escura de uma antiga bruxa canibal. O navio do mercenário mais
sanguinário do mundo, o mesmo que acreditavam já estar morto e esquecido,
retorna dos mares com um obscuro e ainda pior sucessor.
Ariane Narin, que foi salva por um Caçador de um lobo que
matou sua avó; de João e Maria,
irmãos que conseguiram fugir da bruxa da casa de doces, que os fez prisioneiros
para poder comê-los; Axel e Anísio
Branford, príncipes - encantados herdeiros do grande rei Primo Branford,
que trouxe paz para Nova Éter depois da Caçada às Bruxas; descobrimos o que foi
a caçada e porque ela aconteceu; conhecemos Coração-de-Crocodilo, o pirata mais sanguinário que já existiu e
filho do Capitão James Gancho… E de
como o que pode parecer uma terra em Paz, pode não ser assim tão tranqüila
quando situações nefastas voltam a acontecer. Tanta coisa nova e interessante
que cria finalmente um mundo onde todos os contos de fada estão juntos. E duas
sociedades criminosas entram em guerra, dando início a uma intriga que irá
mexer em profundos e tristes mistérios da família real. E mudará o mundo.
A estrutura do livro é dividida em três partes, e o mais
legal é que os capítulos são bem curtos, particularmente eu adoro assim; porem
tem leitores que odeiam! Sobre os personagens, as lendas, as histórias e os
seres mágicos, Raphael da um show, demonstrando
grande talento no quesito fantasia. Sem falar que, a mudanças nos contos de
fadas ficaram muito boas, agradando ao publico leitor.
Outro ponto forte do livro é os personagens, que são bem trabalhados
pelo escritor. Ariane Narin, João Hanson e alguns outros personagens dão um
show com suas personalidades cativantes; deixando a história mais gostosa e divertida
de se acompanhar. E o mais legal é ver o aprofundamento psicológico desses personagens
pré-adolescentes. Outros personagens que em poucas paginas chamam a atenção é o
Rei considerado o maior de todos, plebeus, ladrões, fadas, bruxas (algumas usam magia negra,
outras branca), trolls, piratas e muitas outras figuras.
Vejo que Raphael
Draccon escreve como se fosse um verdadeiro bardo, dando a impressão de
estar ao seu lado, contando uma história, sendo seu amigo e tudo mais. E com
toda a certeza isso ajuda muito na hora da leitura. Porem Draccon às vezes insiste
em terminar o capitulo no meio da ação, ou seja, ao capitulo acaba em clímax, e
isso de certa forma estimula o leitor a sempre continuar a ler o livro.
Em contos de fadas tudo não é perfeito, sempre tem os vilões,
e, isso não é diferente nesta resenha. Contudo, aqui os vilões são os pontos
negativos, e um deles é: tentar colocar o narrador como personagem em algumas
partes do livro, eu acho que isso não funciona na história, ainda mais porque o
narrador é super importante para a história, e tentar o transforma em
personagem ou fazer ele interrompe a história para falar de seu ponto de vista
ou de sua opinião incomoda um pouco a leitura.
Outra coisa que é difícil de aceitar
são as gírias por parte de certos personagens, o modo como os adolescentes
falam hoje em dia, acho que não funciona em Nova Ether onde as coisas parecem
girar em torno da era medieval, em um mundo de poder hierárquico. Às vezes o
linguajar proparoxítono ou extravagante demais por parte dos personagens deixa
a leitura maçante. Muitas explicações de
coisas óbvias por parte do narrador, em mínimos detalhes, reminiscências, foram
bastante desnecessárias.
Pois o leitor necessita de um espaço para pensar,
raciocinar sobre a história e o autor por muitas vezes não deixa o leitor ter
seu espaço, tudo tinha que ser explicado Tim-Tim por Tim-Tim; a verdade é que
leitores odeiam que o autor subestime sua inteligência, contudo acho que isso não
seria um problema que influencie na hora da leitura.
Sobre a edição da querida editora LeYa eu não tenho do que reclamar, o livro tem certa qualidade em
seu projeto gráfico, com uma capa belíssima,
com tons quentes do fogo e sua ilustração abstrata. Gostei também do logo do
dragão sobre o nome, o miolo e a gramatura do papel são bem distribuídos e
estruturados, sem falar da fonte que para mim foi super agradável. Tiveram pequenos
errinhos de edição, o que é normal, nada que machuque meus olhos. Agora o que não
cola é o mapa preto e branco para a impressão, isso fez com que o mapa perdesse
a definição, ou seja, os lugares ficaram escuros.
Dragões de Éter é algo único e merece a atenção dos
leitores que amam livros de fantasia, não importa se o livro é estrangeiro ou
nacional, ele é simplesmente digno de elogios, por parte dos leitores.
Dragões de Éter -
Caçadores de Bruxas
conquista o leitor, seja com seu empolgante final, seja pelos ganchos incríveis,
seja pelo romance ou pelos personagens maravilhosos e cativantes criando pelo
autor. Gosto da forma como Raphael conduz sua trama, de uma forma bem
estruturada, mostrando seu talento com certo primor, escrevendo com clareza,
predominando uma fluidez e naturalidade que não a torna cansativa para leitor. E é isso Dragões de Éter, avassaladora, sensível,
divertido, às vezes ate reflexivo em relação à ignorância do ser humano, personagens
interessantes e diversas referências contemporâneas. E finalizando a
leitura de Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas você percebe que não é à toa
que o autor tenha alcançado seu status, com seu livro como best-seller. Pois o
que tenho em mãos é uma obra realmente admirável.
Autor |
Raphael Draccon mostra que a FANTASIA não é privilégio somente dos grandes autores estrangeiros.
Escritores brasileiros de fantasia são muito bons também!
Se você gosta dos contos dos Os irmãos Grimm (assim como eu), com certeza vai gostar de Caçadores de Bruxas. Recomendo urgentemente para você leitores de fantasia.
Se você gosta dos contos dos Os irmãos Grimm (assim como eu), com certeza vai gostar de Caçadores de Bruxas. Recomendo urgentemente para você leitores de fantasia.
Vamos lá. E um. E dois. E três... Você esta de volta em
seu mundo realista monárquico.
Nota:4
Erick França
Bela resenha (como sempre. rsrs). O livro parece muito bom, já havia visto outras resenhas sobre ele e acho que já gosto dessa obra antes mesmo de ter a lido. kkkkkkkkk...
ResponderExcluirhttp://mondarikc.blogspot.com.br/
Obrigado pelo comentário Rodrigo. Faz um bom tempo que a gente não se fala em, minha vida esta corrida, sem tempo pra nada rsrsrsrs...
Excluir