Título:
Dragões de Éter: Vol. 2
Subtítulo: Corações
de Neve
Autor:
Raphael Draccon
Páginas:
498
Editora:
Leya
Ano: 2009
O que dizer do segundo volume da trilogia Dragões de Éter?
Corações de Neve é muito diferente em relação ao seu antecessor (Caçadores de
Bruxas).
A trama recomeça alguns meses após os acontecimentos
fatídicos do primeiro livro: Anísio sucede ao pai Primo como rei de Arzallum,
Axel se prepara para o grande torneio de pugilismo, e o relacionamento entre
João e Ariane amadurece.
Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em
forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais,
algumas delas se voltaram contra as antigas raças. E assim nasceu a Era Antiga.
Hoje, Arzallum, o Maior dos Reinos, tem um novo rei, e a esperada Era Nova se
inicia.
Entretanto, coisas estranhas continuam a acontecer... Uma adolescente
desenvolve uma iniciação mística proibida, despertando dons extraordinários que
tocam nos dois lados da vida. Dois irmãos descobrem uma ligação de família com
antigos laços de magia negra, que lhes são cobrados. Duas antigas sociedades
secretas que deveriam estar exterminadas renascem como uma única, extremamente
furiosa.
Após duas décadas preso e prestes a completar 40 anos, um ex-prisioneiro
reconhecido mundialmente pelas ideias de rebeldia e divisão justa dos bens
roubados de ricos entre pobres é libertado, desenterrando velhas feridas,
ressentimentos entre monarcas e canções de guerra perigosas. O último príncipe
de Arzallum resgata sombrios segredos familiares e enfrenta o torneio de
pugilismo mais famoso do mundo, despertando na jornada poderosas forças malignas
e benignas além de seu controle e compreensão.
Branca coração-de-neve
|
E o mundo mudará. Mais uma vez.
Tenho quer confessar que criei uma grande expectativa para
Corações de Neve, eu espera encontrar uma história ou algo agradável nesse
livro... mas o que li foi algo variável.
O que analisei foi que o primeiro livro tinha um certo
equilíbrio no desenvolvimento da histórias e de seus personagens, neste segundo
volume vejo maior evolução dos personagens em prejuízo com um ritmo da
história. Os personagens chaves do primeiro livro estão de volta: Anísio e Axel
Branford, João e Maria Hanson, Ariane Narin, Snail Galford e Liriel Gabbiani.
Mas com espaço de sobra para serem explorados, deixando certos pontos em
aberto. No entanto, muitos outros personagens que são introduzidos à trama,
como Ruggiero, Ferrabrás e Robert de Locksley.
Raphael Draccon usa “reflexão espiritual” em sua obra,
algo profundo que o leitor vai percebendo no decorrer do livro, isso não
atrapalha a obra, pelo contrario favorece a escrita do autor deixando o livro
com ar de encanto e qualidade. Outra
contra partida são os diálogos com o leitor, que muitas vezes pode ser
agradável, pois os diálogos com o leitor são com muito menos freqüência do que
na obra anterior. Draccon cria certas situações com os personagens que são tão
realistas que da certo conforto para o leitor estar presente na cena descrita.
As cenas de luta de pugilismo foram muito bem descritas e
emocionantes, porém o autor peca em ficar praticamente 50% do livro descrevendo
o torneio de pugilismo, acho que o leitor entendeu que Draccon ama o esporte, mas
vamos com calma, tudo que é exagerado demais pode ser tornar doentio ou
azucrinante. Outro ponto negativo é o habito continuo e incomodativo de Raphael
anunciar o que vai acontecer em seguida na obra, isso é de decepcionar o
leitor.
Ariane |
O que realmente gostei foi à ousadia do autor, que por
sinal deu certo em contar a trama em um ambiente mais Juvenil e adolescente,
pois vemos em alguns casos certos situações com personagens que já aconteceu
com conosco, seja por brigar com os pais por privacidade como Ariane, com por
ter discussão com pai por fazer coisas erradas, sabe os conflitos da passagem
da infância para a adolescência, a história foca-se bastante nos personagens
mais jovens e no relacionamento entre eles, certos trechos que realmente
parecem ser direcionados ao público bem juvenil; acho interessante essa diversidade
na história, alternando entre algo mais simples e juvenil, e algo mais maduro e
sombrio.
Neste segundo volume da serie Dragões de Éter, o leitor
tem papel fundamental na história, pois ele -o leitor- tem que fazer grande
esforço para imaginar certas descrições não abundantes feitas pelo autor, tanto
dos personagens quanto dos cenários. O autor apenas pincela alguns detalhes e
deixa que a própria imaginação do leitor se encarregue do resto, o que tem seu
lado positivo, já que a história, como é muito grande, que torna-se mais
objetiva e menos lenta; mesmo assim algumas passagens poderiam ter sido mais
detalhadas.
Sobre a edição do livro, fiquei em meio termo, pois o padrão do livro continuou em relação ao primeiro, contudo erros de revisão, que alguns por sinal foi até bobos estão presente nesse livro, para mim não é algo que incomoda, deixo até passar despercebido. Agora o que senti falta nessa edição foi o mapa que não está presente no segundo volume, pois é muito chato ficar pegando a todo o momento o primeiro volume para ver o mapa, afinal não vai ser a todo o momento da leitura que o leitor ira ter o primeiro livro nas mãos, por isso seria bom o mapa também ter sido impresso nesse volume.
Sobre a edição do livro, fiquei em meio termo, pois o padrão do livro continuou em relação ao primeiro, contudo erros de revisão, que alguns por sinal foi até bobos estão presente nesse livro, para mim não é algo que incomoda, deixo até passar despercebido. Agora o que senti falta nessa edição foi o mapa que não está presente no segundo volume, pois é muito chato ficar pegando a todo o momento o primeiro volume para ver o mapa, afinal não vai ser a todo o momento da leitura que o leitor ira ter o primeiro livro nas mãos, por isso seria bom o mapa também ter sido impresso nesse volume.
Axel e seu amigo troll |
Corações de Neve tem capítulos maiores, assim evitando
cortar a cada minuto lido para um novo personagem. Foram poucos e a ansiedade
para saber o que iria acontecer em seguida só funcionou algumas vezes, exceto
no final da história cujo clímax possui a mesma narrativa frenética que era freqüente
no primeiro livro. Amadurecimento é o que diz respeito aos protagonistas do
livro, pois é o que fazem no decorrer da narrativa, de forma mais ou menos
brusca e violenta, que algumas vezes deixar o leitor um tanto surpreso. Mas é
isso, o segundo livro foi diferente e cheio de surpresas, que lá perto do final
da história resgata alguns imprevisíveis detalhes do primeiro volume e a trama
da história ganha uma nova cara e sentido.
As referências aos contos de fadas e a outras mitologias estão muito mais fortes nesse segundo volume. A história é bem desenvolvida, com várias reviravoltas durante a trama, mas que no começo nos leva a acreditar que será uma leitura muito empolgante, mas ao desenrolar do enredo ela vai ficando cada vez mais maçante.
As referências aos contos de fadas e a outras mitologias estão muito mais fortes nesse segundo volume. A história é bem desenvolvida, com várias reviravoltas durante a trama, mas que no começo nos leva a acreditar que será uma leitura muito empolgante, mas ao desenrolar do enredo ela vai ficando cada vez mais maçante.
Draccon continua com seu estilo leve, com certa sutileza
que pode ser facilmente lido, mesclando um vocabulário simples, contudo é muito
mais rico que o primeiro livro com frases fáceis, curtas e com sentido.
As descrições são muito melhores do que em sua primeira
obra, tornando a leitura mais prazerosa e rica. Porém o autor aborda muitos
assuntos ao mesmo tempo, e ao mesmo tempo, se prende muito no campeonato de
pugilismo. Isso acaba tornando a leitura muitas vezes cansativa.
Concluindo: “Corações de Neve” é uma evolução na história e no estilo de
escrita de Draccon, o segundo livro ate surpreende, mas não e nada comparado ao
primeiro livro que para mim é o melhor livro ate agora, apesar disso tenho
grandes expectativas para o terceiro volume Círculos de Chuvas.
Sem falar que o texto das páginas 494 e 495 é incrível
realmente muito emocionante, de fazer nós leitores refletir sobre o mundo em
que vivemos.
Nota: 4
Erick
França
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